Leo Trombka nasceu no ano de 1946 em Porto Alegre/RS. Médico bem sucedido, começou a escrever somente em 1993. Desde então teve seus trabalhos de ficção inseridos em antologias. Em 2003 é editado seu primeiro livro solo "Sempre é tempo de ninar um pai". Criado no seio da comunidade judaíca, trombka incorpora a sua literatura uma dose de melâncolia e um diapasão cultural que a diáspora da terra e de afetos impôs a sua gente. Em seus contos, o ser judeu define o mundo e individualiza a narrativa. É nos pequenos gestos que ele resgata um pertencimento original, agora transformado em palavras. Como bem observou um crítico, Leo Trombka capta a matéria cotidiana, os pequenos gestos, os detalhes que particularizam um lugar, um a época, e põe o disco a rodar em suave rotação. No conto de hoje, o autor flagra com muita delicadeza o fim da vida vazia e desconsolada de Sofia Vallinder, modulando e interpretando planos e realidades limitrofes, desenham o comovente e comovido rito de passagem, pois a morte apesar de banalizada e certeira, sempre que atinge um ente querido nos deixa com a consciência boquiaberta, como escreveu Machado de Assis.

Teresa Freire, apresentação do conto Passagem